segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Regresso a Vouzela como prometido

No meu último comentário ao tópico anterior, assumi o compromisso de escrever sobre as questões levantadas pelo Rafael num novo tópico, para poder incluir imagens que ilustrem a minha opinião.

ZIGZAG
Claro que eu sei que a minha opção (imagem da esquerda) para representar o ZigZag não é completamente satisfatória, pois não reflecte a dimensão e instransponibilidade do elemento, mas as alternativas ainda são piores:
- Usar o símbolo de muro intransponível (imagem do meio) - Indica intransponibilidade mas inviabiliza leitura. Como já referi é impossível afastar as linhas sem criar desalinhamentos insanáveis com as referências próximas;
- Também seria possível defender o uso do símbolo vedação (imagem da direita), já que existe um corrimão ao longo de todas as linhas. Aqui usaria um símbolo já existente, mas mais uma vez comprometia a leitura dos locais de passagem.

A minha solução foi na prática usar um símbolo idêntico à vedação, mas sem os tracinhos diagonais a complicar a leitura.


Muro transponível
A utilização do símbolo de muro transponível em mapas de sprint é sempre muito complicada, pois pela sua dimensão ocupa sempre muito mais espaço no mapa que no terreno.
Vejamos o caso concreto do anfiteatro que existe no jardim, que tem uma escada de um lado e "bancos" consecutivos em meia-lua com cerda de 50cm de altura.
- Claro que podemos considerar que esses 50cm são um "degrau" mais alto e usar o mesmo símbolo de degrau (imagem 2). Mas para crianças e idosos esses 50cm são um verdadeiro obstáculo, pelo que esta solução não indica que é mais fácil subir pela escada;
- Considerando que os 50cm são um obstáculo que queremos assinalar no mapa, poderíamos usar o símbolo de muro transponível (imagem 3 e 4, esta mais simplificada), mas não considero essa solução adequada, nem visualmente agradável.


Os praticantes têm que ter a consciência que o número de soluções do ISSOM é limitada, enquanto as situações no terreno são virtualmente infinitas, pelo que têm que estar preparados para adequar o que aparece no mapa, ao que vêm no terreno e encontrar a melhor solução para ultrapassar esse problema.

Claro que é possível que alguns atletas tenham perdido tempo no zigzag, mas as condições eram iguais para todos e também essa capacidade de resolver rapidamente os problemas, está em avaliação nas provas de Orientação.

1 comentário:

  1. Olá a todos,
    Se me permitem vou também contribuir com o que penso sobre esta questão:
    Em relação ao que o Luís refere, nomeadamente zig zag e ao muro intransponível eu ao contrário do que o Rafael refere penso que o Luís optou pela opção mais correcta, pois os mapas têm se ser perceptíveis em corrida.
    Também já tive a oportunidade de desenhar um mapa ou outro de Sprint e por vezes é completamente impossível desenhar as coisas pois os símbolos são muito grandes e não cabem. e se em floresta podemos meter só as pedras grandes, no urbano não se pode ter este tipo de critério.
    Penso que é bem patente que não estou a falar de situações como numa prova da Taça do Mundo de Sprint (salvo erro) em que havia uma sebe que o símbolo não tinha a espessura correcta e então gerou controvérsia por causa das desclassificações, nem deste ano no Sprint do Campeonato do Mundo em que a organização resolveu meter zonas a privado (verde azeitona) que não tinham lógica nenhuma, até os espectadores as estavam a pisar.
    Desta forma o que pretendo dizer é que quando não é possível meter lá os símbolos todos, deve-se desenhar da forma mais perceptível. Vejam o mapa do Bazar em Istambul (http://www.eldevio.ee/projects/doma/show_map.php?user=rjaba&map=362) parece tudo menos um mapa de orientação, mas foi a forma que eles encontraram para conseguir representar a zona que tem em vários sítios 2 pisos e já lá fizeram várias provas e toda a gente se deve divertir imenso.
    No entanto a falha na minha opinião é da organização. Pois o mapa tem de ser visto com antecedência de forma a evitar estes problemas. Problema do zig zag e anfiteatro, nada mais simples, no site e na prova metiam esse excerto com um alerta para a questão e toda a gente quando visse esse aspecto já sabia do que se tratava. Quantas vezes desfolhamos um boletim de um campeonato do mundo ou outra qualquer prova e encontramos referência a um símbolo "inventado" pelo cartografo para representar determinado objecto característico desse terreno.
    A organização é que é responsável por eliminar essas questões de sorte. Relembro por exemplo o meu mapa do Campeonato do Mundo de Juniores Sprint em Itália que também tinha várias áreas privadas, que fez a organização? Balizou-as e assim ninguém as pisou nem foi desclassificado, se tivessem feito o mesmo em França este ano esse problema nunca teria existido.
    A organização tem a obrigação de prevenir todos estes aspectos e divulgar préviamente qualquer aspecto característico do terreno e mapa em questão.
    Desta forma penso que só existe a reflectir no meio disto tudo o facto de um elemento da organização ter vindo para o blog do cartógrafo falar de um problema depois da prova decorrida.
    Para mim um aspecto muito mais importante do que se o símbolo cabe ou não, e que ainda ninguém discutiu, são as curvas de nível. Discordo completamente da forma como o mapa está desenhado mostrado apenas para que lado a estrada sobe ou desde. Sei bem da teoria de que as casas lá dentro são planas, mas o que é certo é que assim é impossível perceber o relevo numa zona urbana e planear opções. Então se forem opções mais longas ainda pior.
    Comparem o mapa da prova:https://picasaweb.google.com/107719613573111506397/CampNacAbsoluto2011MapasSprintVouzela#5669673371528922978
    Com um mapa de sprint com as curvas nível completas:http://doma.oj-oj.net/show_map.php?user=silje&map=323
    Não é notoriamente mais perceptível compreender o mapa e o relevo? Para mim estas sim são as questões que mais importância têm.

    Cumprimentos
    Tiago Romão

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