Optei por este título para este artigo, porque tenho consciência que não vou conseguir estruturar devidamente, a torrente de pensamentos que me têm assaltado a mente ultimamente.
Hesitei bastante antes de iniciar este texto, pois olho à minha volta e vejo muitas certezas (mesmo quando dois antagonistas dizem exactamente o oposto) e eu apenas tenho dúvidas para partilhar. Tenho acompanhado com interesse tudo o que tem sido escrito nestes últimos tempos e por várias vezes me senti tentado a intervir, mas consegui resistir até agora.
Começo por fazer uma declaração de interesses, já que o Alix (peço desculpa pelo tratamento informal, mas refiro-me é claro ao Presidente da FPO) foi o primeiro verdadeiro amigo que perdi, por circunstâncias que ainda não são claras para mim, seguramente por culpa partilhada, pelo que deve ser dado o devido desconto às minhas apreciações.
Considero que o Alix é uma pessoa inteligente, empreendedora e bem-intencionada, o que me dificulta muito entender algumas atitudes que tem vindo a tomar ultimamente. Sei que é convicto nas suas ideias, mas acho que por vezes leva a convicção longe demais e esta transforma-se em teimosia. Essa teimosia sempre o levou na Orientação (em particular na Aventura) a fazer opções “a azimute”, independentemente de isso implicar ir pelo meio do mato, levando toda a equipa atrás de si, quando teria bastado parar, olhar para o mapa para descobrir que havia ali perto um caminho, que o levaria até ao ponto.
Esta analogia com a Orientação (no terreno) não surge aqui por acaso, pois é a única explicação que me faz sentido em toda esta situação. Acho que o Alix escolheu a opção que ele julga melhor para a FPO e está determinado a segui-la independentemente das opiniões da sua equipa (todos nós), não percebendo que o valor de um líder se mede pelo valor da equipa que consegue congregar e motivar.
Quando foi dado conhecimento público da constituição da Direcção, manifestei a minha preocupação por achar que faltavam elementos que pudessem refrear alguns ímpetos do Alix, e que fossem capazes de apontar, ou mesmo impor outros caminhos, quando tal se justificasse.
Embora desconhecedor dos pormenores, considero que a forma como todo este processo do Plano de Actividades decorreu foi desastroso e não teve como preocupação principal o bem da Orientação. O mais grave é que ainda não vemos luz ao fundo deste túnel.
O Conselho Fiscal teve um papel meritório (ainda hoje alguém me chamou atenção que apenas cumpriu o seu papel), mas desagradou-me que de certa forma se tivesse deixado enredar nas intrigas que se seguiram. Claro que eu entendo que quando é posta em causa a honra e o bom nome das pessoas é difícil manter o necessário distanciamento, mas a Orientação só teria a ganhar com isso. Com isto não estou de forma nenhuma a desculpabilizar o Presidente da FPO, que considero o principal responsável, desde logo porque uma das suas atribuições é garantir o regular funcionamento dos órgãos da FPO.
Com muita pena minha não pude estar presente na AG de Gouveia, mas também aí não me pareceu que tivesse imperado o bom senso e a busca pelo bem da modalidade, pois o principal objectivo não foi conseguido: ter um Plano aprovado ou pelo menos, acordar nas necessárias emendas. Foi com pena que fui tendo notícia do decorrer dos trabalhos, e pareceu-me que os principais intervenientes estiveram mais preocupados com “vendetas” pessoais, do que em encontrar soluções efectivas. Acho também que a apresentação da proposta para a demissão da Direcção foi extemporânea e contraproducente.
A actual Direcção foi legitimamente eleita e tem que ser a “nossa” Direcção e merecer todo o apoio enquanto o for, o que é claro não impede que sejamos interventivos e críticos quando necessário. Parece-me no entanto que se assiste já ao inicio duma campanha eleitoral subterrânea e antecipada, aparentemente preparando o regresso de algum “Messias”, que nos vem salvar. Aqui atrevo-me a dizer que esse movimento chega com alguns meses de atraso.
Agradeço à Margarida Novo pela visão que nos está a dar no seu Blog, dos meandros “paradigmáticos”, mas parece-me que aqui se aplica o ditado da zanga das comadres. Eu diria que a ideia e paradigma aqui em causa, já tinham sido apresentadas na novela verborreica do verão passado no Forum da FPO, que recebeu aval tácito de grande parte dos "stakeholders" da modalidade, uns de forma activa vestindo a camisola e/ou mesmo integrando a Lista A, outros por inércia e/ou apatia.
Preocupa-me imenso este apontar de dedo generalizado à "Aventura", que parece ser a causadora de todos os males do mundo. Há Aventura para além do Alexandre e se há questões dúbias nessa área devem ser claramente apontadas. Por favor parem de confundir a árvore com a floresta. Até decisão avalizada em contrário a Aventura é uma disciplina da Orientação e merece o mesmo respeito que as outras!
Não conheço as motivações das questões financeiras apontadas à Aventura, mas essa não é a minha realidade (e do ATV) e certamente de muitos dos clubes que organizaram provas de Aventura nos últimos tempos. Duma forma simplista diria que é mais fácil conseguir o equilíbrio financeiro duma prova de Aventura do que uma prova de Ori-BTT, pois esta implica menos gastos com mapas e pelas suas características e impacto mediático é mais fácil conseguir apoios (desde logo porque passa por muitas mais áreas geográficas).
Em conclusão quero dizer que mais importante que a distribuição de culpas, seria a união de esforços para encontrar uma solução para este impasse, que está a minar transversalmente toda a nossa modalidade, só espero que não de forma irreversível.
Todos somos poucos!
Luís Sérgio,
ResponderEliminarEu não tenho problema nenhum em comentar no teu blogue, neste ou no outro, nem em qualquer outro blogue ou fórum, como sempre fiz, antes e depois de ser eleita para o Conselho Disciplinar.
Quanto ao que escreveste a respeito da "zanga de comadres", só te posso garantir que se fosse disso que se tratasse, o teor dos artigos teria sido bem diferente e já teria rebentado com as estatísticas da consulta ao meu blogue. Trata-se apenas de pôr as coisas em pratos limpos, mais nada. Há quem ache que os outros ficam melhor servidos por serem mantidos na ignorância, mas eu não partilho dessa opinião, como toda a gente já sabe.
Podes achar que os fins justificam todos os meios (aliás, isso já se viu antes na FPO); eu acho que há limites e que todos eles foram largamente ultrapassados.
Quanto à Aventura,não acho de forma alguma que tenha alguma culpa no cartório, limitei-me a falar do clima de desconfiança que se instalou, justa ou injustamente. Quanto às dificuldades financeiras, a informação está disponível publicamente.
Para terminar, só fui candidata a cargos na FPO uma vez. Mesmo que quisesse recandidatar-me ao cargo não o poderia fazer durante dois mandatos seguidos. A minha candidatura a qualquer outro cargo está totalmente fora de hipótese (por causa do meu relacionamento com o IDP), como estava para a Lista A. Só mudei de ideias (e fiz mal) para desbloquear um impasse. Quanto ao Leandro, julgo que não há grandes dúvidas que a sua vida profissional o impede de aceitar qualquer cargo executivo na FPO, quanto mais não fosse por conflito de interesses. Sendo assim, da nossa parte não há campanha nenhuma para assumirmos o poder... Podem ficar descansados a esse respeito!
Olá Margarida!
ResponderEliminarA unica vez que tentei comentar no teu blog, em parceria com a Maria, o comentário foi "sensurado" e embora tenha entendido as razões que apresentaste, não deixou de me incomodar.
Tenho sido activo a manifestar as minhas opiniões publicamente, o que até já mereceu algumas ameaças veladas e tentativas de aliciamento, das quais muito me orgulho!
Só para clarificar eu sou completamente a favor da partilha de informação e não acho que os fins justifiquem os meios, mas devemos ter sempre em mente os superiores interesses da Orientação.
Concordo plenamente! Beijinhos para ti.
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